20 anos juntos, na luta por direitos humanos

Marcamos de nos encontrar às 20h para jantar, o restaurante era o Famiglia Mancini no centro histórico de São Paulo. Fui ao cabeleiro, me atrasei um pouco e o trânsito não ajudou, Mi jura até hoje que eu o deixei esperando por 1h e 30 minutos. Eu nego. Não pode ser verdade, ninguém esperaria por outra pessoa tanto tempo no primeiro encontro Essa história tinha começado à uns 6 meses antes, qdo nos conhecemos na Internet em 2001. Foi nosso 1o encontro ao vivo e à cores. Tudo que tínhamos até então eram e-mails e fotos trocadas. Na rua do restaurante, de dentro do carro acenei para ele e sorri. Não me reconheceu e estava de cara fechada. Pensei: „já começou bem, simpático” Fiz questão de descer do carro linda e plena, jogando cabelão e arrasando no pretinho básico comprido, mas com um decote abissal nas costas. Afinal eu tinha conhecido alguém que era diferente da maioria dos caras que eu conhecia na época, não por ser estrangeiro, mas por ter se engajado em trabalho voluntário com o MST qdo terminou a universidade. Era pontuação máxima dada a um “paquera” na minha agenda de solteira, estava segura, não era um coxinha pedante Foi simpatia imediata… tudo convergia, principalmente nas questões humanas, políticas, filosóficas. Bacco ajudou e assim matamos meia garrafa de vinho na calçada do restaurante enquanto esperávamos a nossa mesa, felizes da vida… Jantamos de frente um para o outro, falando muito como se nos conhecêssemos a vida toda. Rimos, gargalhamos, nos emocionamos e nos indignamos. Mais uma garrafa de vinho. À essa altura já estava sentindo a necessidade de sentir a pele daquele homem, nós brasileiros temos essa coisa do tato: Olhei em seus olhos e amistosamente coloquei minha mão sobre a mão dele, que repousava na mesa. Um choque foi que eu levei, elétrico, a mão foi pra traz, tremendo de leve, débil, Mi também sentiu o tranco, ambos pulamos baixo na cadeira. Rimos. Era um alerta e imediatamente pensei, esse homem vai me trazer os maiores problemas ou me fará a mulher mais feliz do mundo?“ Será que era o universo me avisando que em 20 anos eu ia contar essa história muitas vezes, ainda ? Hoje comemoramos 20 anos de casamento #20anosdecasados #BodasDePorcelana #20yearsmarried Nos casamos dia 23.02.2002, menos de 1 ano depois que nos conhecemos. Já tivemos altos e baixos e em 2019 quase jogamos tudo pro alto, mas o que eu posso dizer meio ao turbilhão que é a vida, é que depois que nos casamos, todos os dias da minha vida, ele me disse a famosa frase que ainda me arrepia a nuca: eu te amo.