Pandemia afetou a saúde física e mental das mulheres
- Kátia Figueira de Oliveira
- 29 de jul. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 2 de ago. de 2021
O Brasil ainda sofre com os graves efeitos da pandemia, a maior dos últimos tempos. A população foi impactada diretamente. A crise na saúde afetou a nossa economia e para piorar ainda mais, com o país sendo governado por um irresponsável que ignorou todas as orientações da OMS, entramos em colapso.

O isolamento social tomou conta do país. Isso colaborou para o aumento do desemprego e da miséria, mas impactou ainda mais a vida de milhares de mulheres.
Vivemos em um país que a cultura patriarcal, o machismo e o preconceito enraizado influencia e muito na vida de nossas mulheres e isso se reflete em violência de gênero, com altos índices de estrupo, feminicídio, sobrecarga de trabalho, assédio sexual e moral, etc.
Mulheres na linha de frente
Segundo dados da OMS, as mulheres representaram 70% dos profissionais da área da saúde que estavam na linha de frente combatendo o Coronavírus.
Essas mulheres, também acumularam funções em casa, negligenciando a própria saúde.
Mas não foram apenas as mulheres, profissionais de saúde, que sofreram com a pandemia. As demais mulheres, de diferentes áreas e regiões também foram afetadas.
Segundo uma pesquisa realizada por Gênero e Número e SOF (Sempreviva Organização Feminista), 50% das mulheres brasileiras passaram a realizar atividades de cuidado de uma criança ou de um idoso, durante a pandemia.
Outro dado alarmante se refere ao aumento da violência contra a mulher durante a Pandemia. Pesquisa divulgada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontou que cerca de 17 milhões de mulheres (24,4%) sofreram violência física, psicológica ou sexual no último ano.
Saúde física e mental das mulheres
As mulheres foram as principais vítimas da pandemia e do isolamento social. A piora na alimentação, a diminuição das atividades físicas, o estresse e a falta da rotina de cuidados diários desencadeou diversos outros problemas.
Medo, tristeza, cansaço, irritabilidade, tudo isso contribui para prejudicar a saúde física e mental das mulheres. E ainda temos a questão de que muitas mulheres não conseguiram ainda realizar seus exames de rotina, como a mamografia, papanicolau, hemogramas e outros.
Muitas mulheres não conseguiram agendar uma simples consulta ao seu ginecologista, seja pelas unidades de saúde se encontrarem fechadas, seja pela falta de médicos e até pelas restrições em atendimentos de rotinas. Até mesmo os serviços de saúde sexual e reprodutivos foram afetados.
Da mesma forma que a saúde física, a saúde mental foi afetada. A vulnerabilidade aos problemas de saúde não foram causadas só pelo vírus. O desgaste se inicia com a dupla jornada (às vezes tripla), a necessidade do acompanhamento das atividades escolares dos filhos e do cuidado da casa, agora com mais pessoas dividindo o mesmo espaço, sobrecarregam emocionalmente mais as mulheres do que os homens.
Dica 1
Não há problemas em pedir ajuda.
Ou melhor colocando, estabelecer tarefas e responsabilidades para todos os moradores da casa. Pois, pedir ajuda apenas quando necessário recaímos sobre o mesmo problema da delegação de tarefas.
A solução pode livrar a carga física, porém a sobrecarga mental continua.
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Apesar de não tanto quanto os tempos modernos exigem, a situação doméstica tem mudado aos poucos.
Muitos maridos já assumem a posição doméstica enquanto mulheres ocupam a posição de trabalhadora, bem como há a divisão de tarefas dentro de casa.
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Dica 2
Cuidado com posições e responsabilidades que não são suas. Não para menos, muitas mães querem assumir a posição de educadoras, psicólogas, animadoras para seus filhos.
Não há nada de errado nisto, porém o sentimento de responsabilidade e culpa que pode surgir na falha não é saudável.
Faça o melhor dentro das suas capacidades e não se sinta frustrada com a falta de sucesso em alguma tarefa.
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Dica 3
Estabeleça rotinas. Muitas pessoas tiveram problemas para se adaptar ao confinamento justamente por causa da falta de rotina.
A nova realidade transformou o ambiente de casa. Não mais apenas o ambiente de descanso, mas agora ambiente de trabalho e ambiente escolar.
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É importante estabelecer rotinas para não sentir como se o tempo estivesse sendo perdido, ou mesmo não bagunçar horários.
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Dica 4
A convivência rotineira e também o acúmulo de estresses de todos os integrantes da família pode causar conflitos desnecessários.
Não alimente hábitos que sejam prejudiciais para o ambiente. Há guerras que não precisamos lutar e outras que podemos acabar antes que se estendam demais.
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Por isso, seja rígida sobre o bem-estar familiar, mas seja flexível sobre questões que não lhe faria bem intervir nesse momento. É bom senso e autocuidado aqui.
O diálogo franco, honesto e educado ainda é a melhor forma de expressão.
A pandemia só acentuou os problemas que todas as mulheres enfrentam diariamente e por conta disso a Fiocruz lançou uma pesquisa para identificar os problemas causados pela pandemina na saúde das mulheres.
Para participar, acesse o link: https://is.gd/MulherSaudePandemia
Fonte: Conselho Nacional de Saúde
Agência Fiocruz de notícia
Dicas extraídas : Seminário e Psicologia
Texto: Kátia Figueira de Oliveira
Produtora de Conteúdo
Comunicóloga
Redatora
Produtora de Eventos
Gestora de Mídias Sociais
Estrategista e Coordenadora de Campanhas Políticas e Sindicais
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