Vó Jaluza, a nossa rainha das marmitas solidárias
- raquelecde
- 16 de jul. de 2021
- 3 min de leitura
Jaluza, ou Vó Jaluza como é mais conhecida, é daquelas pessoas que temos vontade de abraçar sem sequer conhecer pessoalmente. Uma das membras mais ativas do grupo ECDE, já produziu e distribuiu mais de mil marmitas para pessoas em situação de rua somente este ano. Sempre animada e engajada nas causas sociais, Jaluza nos mostra diariamente que pequenas ações são capazes de promover a mudança que queremos no mundo em que vivemos.
Filha de imigrantes palestinos, Jaluza é formada em Pedagogia e tinha grandes planos nessa área. Após a morte do pai, optou por mudar o rumo da sua vida e assumiu o negócio da família: uma legítima loja turca, na cidade de Caçapava do Sul. Foi lá que desenvolveu sua aptidão para as vendas. Por isso, em 1991, com a crise gerada pelo governo Collor, resolveu fechar a loja e se mudar para Porto Alegre onde, trabalhando no comércio, chegou a comandar uma equipe de vendedores.

Cansada da rotina exaustiva, apesar do bom salário que recebia, Jaluza passou a fazer marmitas e vender nos escritórios da região central. Com o famoso boca a boca, rapidamente obteve sucesso. E não poderia ser diferente, pois suas refeições tem um ingrediente pra lá de especial: o amor!
Aliás, esse é um termo que muito bem define Vó Jaluza, pois o amor está presente não apenas nos sabores das suas refeições como também em suas ações e palavras. E foi esse mesmo amor que a fez arregaçar as mangas e buscar uma forma de manter a si e também ajudar o próximo com o agravamento da pandemia.
Uma das mais antigas e engajadas membras do ECDE e uma militante incansável
É como se fosse uma carta de apresentação, assim como os lindos posts que ela faz no grupo semanalmente e que encantam nossos compas. Textos fortes e conscientes, escritos por quem sabe que juntos somos mais fortes. E foi justamente através de seus textos que Jaluza mobilizou muitas pessoas que queriam ajudá-la a passar por um momento de dificuldade financeira que a assolou, assim como a tantos brasileiros, por conta do atual desgoverno somado à pandemia. “Muita gente queria me dar dinheiro, mas eu nunca aceitei. Até o dia em que uma pessoa encomendou minhas marmitas e na hora de buscar disse que eu poderia doar para alguém que precisasse, pois ela havia encomendado apenas para me ajudar. Essa atitude me mostrou uma chance de me manter e também ajudar a quem precisa.”
Desde a Páscoa, quando a ação passou a ser frequente, foram centenas de marmitas solidárias distribuídas. À ela se juntaram outras pessoas que a auxiliam na entrega, doam alimentos e ajudam financeiramente para a compra de itens necessários, como os cobertores e meias distribuídos junto com as marmitas na última entrega.
“O governo se ausenta e não reconhece os mais de sete mil moradores em situação de abandono nas ruas. Mas, quando o governo se ausenta, a esquerda se apresenta.”
Toda essa rede de apoio surgiu através do Esquerda Compra da Esquerda! E assim, de ação em ação, se formou uma linda rede de solidariedade que permite, atualmente, distribuir ao menos 100 marmitas a cada 15 dias às pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social.
Ao andar pelas ruas de Porto Alegre, Jaluza e seus apoiadores conheceram histórias de pessoas muito especiais e encontraram também entre os moradores de rua a solidariedade. Com o frio intenso gaúcho, quem já tinha seu cobertor agradecia e indicava outros companheiros que estavam passando frio para receber as mantas. Ações como as de Vó Jaluza e dessas pessoas que sequer têm onde morar mas estendem a mão aos companheiros nos dão esperança de que dias melhores virão se todos dermos as mãos. Obrigada, Jaluza, por tanto! É um prazer ter você conosco no Esquerda Compra da Esquerda!
Quer contribuir com as marmitas solidárias? O custo é de R$ 15 a unidade e pode ser pago pela chave Pix 378.011.470-49 O comprovante deve ser enviado via WhatsApp (51) 98574.2550 Quer provar as delícias da Jaluza? Faça contato pelo mesmo WhatsApp! Fotos: Arquivo Pessoal Texto: Raquel Verardi Gehl - Jornalista - MTB 15002
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